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CNTE/Brasil: Coletivo de Mulheres da CNTE incentiva que trabalhadoras ocupem os principais espaços em seus sindicatos

Deixar mulheres sindicalistas restritas aos debates de gênero e igualdade desvaloriza seu papel 

O último dia do Coletivo de Mulheres da CNTE, realizado nesta quinta-feira (23), destacou a necessidade das trabalhadoras da educação terem uma participação mais ativa em todas as discussões dos seus sindicatos.

Para a secretária Geral da CNTE e vice-presidente da Internacional da Educação para a América Latina (Ieal), Fátima Silva, as mulheres não podem ser membros monotemáticas e restritas às pautas de gênero, uma vez que isso acaba as deixando isoladas no conjunto político de sua entidade.

“Hoje, os homens são os principais responsáveis pelo domínio do dinheiro e dos números. Temos um desafio de fazer com que a política de gênero seja tratada conjuntamente dentro dos sindicatos, não apenas como uma política de mulheres, mas também temos o desafio de não sermos monotemáticas, pois assim não somos valorizadas no conjunto da direção”, declarou.

Iniciado nesta quarta-feira (22), o Coletivo de Mulheres, coordenado pela secretária de Relações de Gênero da Confederação, Berenice Darc, reuniu educadoras sindicalistas de vários estados, filiadas à CNTE, na Chácara do Sinpro, em Brazlândia, Distrito Federal. O objetivo foi  avaliar as políticas de gênero e igualdade no país, e o papel das educadoras em fortalecer essas pautas nos sindicatos.

Estimulando o diálogo e a reflexão das trabalhadoras sobre assuntos além de gênero e igualdade e conduzindo os debates da segunda manhã do Coletivo, Fátima apresentou uma análise de como as políticas internacionais têm afetado o país. Usando como exemplo a eleição do Javier Milei como o novo presidente da Argentina, ela destacou que a diminuição de países alinhados às políticas brasileiras nas Américas Latina e Central, por influência dos Estados Unidos, tem deixado o Brasil isolado.

Segundo ela, apesar da luta dos sindicatos não sofrer grandes abalos devido às mudanças do cenário político internacional, é preciso que as entidades também expandam seus interesses e reflexões para além das pautas educacionais. 

“Estamos no nosso espaço, mas também estamos inseridos num globo terrestre. Essa geopolítica interfere no nosso quadradinho, na nossa vida. Então, assim como  é preciso ter clareza sobre as disputas internas no Governo Lula, também precisamos saber o que faz parte dessa geopolítica”, enfatizou.

“A luta do trabalhador e da trabalhadora também é internacional”, reforçou Berenice. Segundo ela, o interesse sobre pautas além do campo da educação precisa ser algo  estimulado dentro das organizações, permitindo que os trabalhadores também ampliem o olhar para além de sua realidade. 

Trocas de experiências 

Um momento do encontro também foi aberto para que as representantes dos sindicatos compartilhassem as dificuldades e os avanços que suas entidades e estados possuem na luta pela igualdade de gênero. 

Entre os principais desafios apontados, foram mencionadas a presença majoritária de homens na liderança das organizações e a relativização das políticas e do trabalho feminino, que dificultam o engajamento das pessoas nesse debate. 

Além da troca, com base no que foi apresentado nos dois dias de Coletivo, as trabalhadoras apontaram os planejamentos que buscam levar para os sindicatos, no empoderamento das companheiras afiliadas. Segundo as trabalhadoras, essa organização pode contribuir para fortalecermos as lutas que ainda são caras.

“Todas as falas e considerações em comum foram guardadas e servirão para que possamos fazer os encaminhamentos e construir os eixos da nossa luta e organização no próximo ano”, garantiu Berenice.

Campanha dos 21 dias de ativismo contra a violência de gênero

Com o objetivo de sensibilizar a população masculina a respeito da importância de denunciar casos de violência contra mulheres, a CNTE lançou, durante o Coletivo, a Campanha do Laço Branco. 

São 21 dias de resistência e luta contra a violência de gênero, em referência  ao  ao Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a Mulher (25/11) e ao Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres (6/12). 

“É uma luta nossa, mas queremos envolver os homens também. São 21 dias de ativismo para vencermos esse processo da violência, que é tão brutal e que mata as mulheres, sejam essas brancas, negras,  pobres ou com condições sociais muito melhores”, enfatizou Berenice.

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